Um feriado muito comemorado pelos trabalhadores terá, neste ano de 2020, um significado histórico. O 1º de maio neste ano é feriado apenas no papel. Todos estão em casa, compulsoriamente, ha vários dias. Muitas pessoas sem poderem exercer seu ofício, outras sem mesmo saber de onde tirar o dinheiro para pagar os boletos que, estes sim, não estão em quarentena.
Li numa postagem de uma amiga que trabalha com TI (tecnologia de informação) que essa pandemia trará uma revolução virtual. E eu concordo com ela.
Vamos começar pelo que é notório, as “Lives” dos artistas. Eu lembro quando a música sertaneja era, quase que obrigatoriamente, interpretada por duplas. Tinha que ser “Dupla Sertaneja”. Aí vieram os cantores do “Sertanejo Universitário”, esses muitas vezes em carreira solo. Apesar de parecer um estilo, isso tem impacto no mercado desse nicho. Menos um cantor, menos uma cabeça para dividir e negociar cachês, menos um para regalias. Ou seja, 50% de economia do que se gasta com a dupla dentro da mesma estrutura de produção. É um baita negócio e aconteceu com os grupos de Pagode, grupos de Axé e por aí vai. Menos gente, menos gastos.
Agora, a pandemia parece ter inaugurado um novo público. A audiência das “Lives" provou ser muito maior do que a de um estádio, mas sem a locação, sem iluminação pesada, sem equipamento de som estrondoso e sem um monte de coisas envolvidas em uma produção presencial e, ainda por cima, com os artistas mostrando um lado praticamente invisível no grande palco, exclusivo, quase como uma apresentação privada - para íntimos.
Eu já consigo imaginar pessoas pagando valores simbólicos de $3 ou $5 reais para ver uma “Live” em alguma plataforma. O mundo artístico como conhecemos está em plena mudança.
Isso falando do que está palpável, já bem apresentado. Outras profissões também passarão pela mesma avaliação. Custo x benefício, no final, sempre serão a balança sobre o que será ajustado após essa pandemia, que deixou a internet, definitivamente, tão importante quando a energia elétrica.
Nesse 1º de maio podemos refletir quais caminhos irão mudar. Como poderemos estar inseridos em uma nova realidade que já vinha lutando para se impor e agora, com esse distanciamento social, se tornou realmente virtual?
Sem dúvidas ainda teremos encontros sociais, isso é uma necessidade humana, mas com certeza alguns tipos de encontros jamais serão os mesmos. Gradativamente essa pandemia, como todas as outras, está abrindo uma nova era de percepção da sociedade, mudaremos como pessoas e também como profissionais. Feliz 1º de maio.
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