Recentemente o Presidente americano deu um sinal de que está bastante incomodado com a desvalorização do real, entendendo que isso está acontecendo de forma deliberada.
O Brasil hoje vive um cenário ha muitos anos sonhado por operadores econômicos. Ibovespa disparou mais de 15% nos últimos trimestres; O PIB está superando todas as expectativas e a SELIC dá sinais de que irá atingir 4,5% ao ano, patamar nunca alcançado na história. Ou seja, o crescimento está vindo de forma natural, sem ser artificialmente impulsionado pelo governo - como aconteceu nos últimos mandatos.
Para ajudar, os bancos estatais estão sendo superados pelos bancos privados na oferta de crédito, o que significa que o dinheiro está ficando mais barato sem as aventuras dos gastos públicos, pois bancos estatais sempre seguem critérios políticos para emprestar dinheiro; os bancos privados seguem o mercado.
Mas a má noticia está vindo do câmbio, com o dólar chegando a R$4,20.
O mercado mundial está preocupado que essa desvalorização do Real seja deliberada, o que prejudica a confiança dos investidores sobre a solidez do crescimento. O ministro Paulo Guedes já declarou que não pretende intervir nessa alta, deixando o valor flutuar sem que o Banco Central faça um ataque agressivo de venda de dólar para fortalecer a moeda nacional.
Se realmente a política for deixar o Real desvalorizado, isso pode colocar por terra todo o trabalho feito na SELIC pelo Banco Central, pois o dólar muito forte pode atingir drasticamente a inflação do país. Se depreciar a moeda nacional fosse o caminho do crescimento, Venezuela e Zibábue seriam potências mundiais.
O valor atual do dólar ainda não provocou um aumento generalizado nos preços porque os produtos básicos (commodities) estão perto de seus valores mínimos históricos, porém, produtos diretamente ligados à moeda americana, como combustível e carne, já começam a gerar incomodo pelos preços que estão atingindo.
Delfin Neto, no passado, já adotou uma política parecida, promovendo crescimento com uma brutal desvalorização de 30% da moeda brasileira da época. Em moeda nacional o Brasil cresceu mas em dólar ficamos mais pobres, a inflação dobrou em 100% e logo após, tivemos a década perdida.
Trump, se adiantando à uma possível política perversa brasileira com o truque cambial, disse que irá aumentar as tarifas do aço.
A inflação aleija, mas o câmbio mata.
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