Muito se tem falado sobre a necessidade das cidades realizarem ou não a festa de carnaval, visto a crise econômica vivida pelos municípios.
É notável a atitude de administradores que cancelaram o evento para conter gastos, mostrando seriedade na gestão, no entanto, essa medida drástica está sendo tomada em municípios onde a dívida pública está realmente estrangulada e sem opções, onde qualquer gasto é um perigo diante da legislação de responsabilidade fiscal.
Em outros municípios, de outra sorte, onde o estrangulamento não acontece, o carnaval irá acontecer, porém, com certa criatividade dos blocos, mirando o corte de custos com a folia.
Em alguns locais, a iniciativa privada está dando o ritmo, assumido a festa e cobrando ingressos dos foliões, mas a alternativa acaba saindo mais cara para quem quer festejar, pois os preços dos ingressos estão afastando aqueles que não são entusiastas da festa e, se tiverem que gastar muito, melhor não participar.
Um ponto considerado pelos municípios foi verificar se realmente existe potencial turístico para a festa acontecer, uma vez que, em certas localidades, o carnaval movimenta um valor considerável na economia da cidade; outro ponto é o cunho cultural da festa, que também irá ocorrer em cidades que tradicionalmente trazem blocos ligados à história local.
Para a grande maioria dos economistas, as cidades que decidiram cancelar o carnaval acertaram na decisão, já que nosso PIB teve uma redução de 3,7% no ano passado e deve encolher ainda mais, ressaltando que cancelar a festa só é produtivo em cidades que não recebem uma quantidade grande de turistas nesta época do ano.
Por último, existe também um aspecto subjetivo de identidade, ou seja, de manter a imagem do município como uma referência carnavalesca, que se for o caso, também não seria interessante o cancelamento.
Em resumo, nas cidades onde o carnaval é referência turística ou referência de tradição, o carnaval, ainda com cortes substanciais, irá acontecer; nas demais, o pulso firme frente aos gastos públicos falou mais alto.