Não me apetece muito entrar em discussões sobre balburdia constitucional. Por bem, vivemos em um estado de direito e isso significa que a lei é quem dita as regras, certamente não como gostaríamos, mas isso não significa que devemos perder a fé.
Vibrei, vibrei e vibrei com o protesto feito pelos caminhoneiros. E não estou nem aí que o governo vai repassar a conta da redução do diesel, pois eu prefiro pagar um subsidio que irá diminuir os custos para esses trabalhadores do que pagar a conta de dólar na cueca, malas de dinheiro em apartamento, contas na suíça e assim por diante. Pago com gosto, cabe a nós brigarmos contra a política corrupta.
Mas, tomando a greve como pano de fundo, uma faixa pedindo intervenção militar apareceu em um dos pontilhões de nossa cidade, e ela serviu para apenas uma coisa: Mostrar a confusão que se faz com intervenção.
Caros leitores, intervenção não é necessariamente golpe; e golpe não precisa ser necessariamente militar. (se conhece algum petista, pergunte à ele sua visão de golpe!).
A intervenção é uma requisição do governo para repelir invasão, para manter a integridade nacional, entre outras coisas; é prevista no art. 34 da Constituição Federal. O Rio de Janeiro sofreu uma intervenção e o fato de ela ter tido como interventor um oficial das forças armadas não significa que ela foi militar, significa apenas que foi uma intervenção para controlar a ordem daquele Estado.
A intervenção serve ao governo assim como as forças armadas também, seguindo o que está estampado no art. 142 da Constituição Federal. E foi com base nessa premissa que o governo chamou as forças armadas para manter a ordem e estabilizar a paralização do caminhoneiros.
Então, se as pessoas queriam ver militares, de fato elas viram, só que não com o propósito que gostariam, pois se os militares fizessem o que as pessoas pediam, aí teríamos o que é conhecido como GOLPE.
Golpe é a tomada do governo a força, de forma não democrática, sem a participação direta do povo, e isso não podemos mais ter, nem pedir e nem aceitar. Precisamos aprender, deu uma vez por todas… a votar!
Que o exemplo dos caminhoneiros se multiplique e a população aprenda a canalizar toda essa indignação e energia na simples e mais eficaz arma da democracia, o voto.
Não transfira sua responsabilidade aos militares, pois como disse acima, eles servem ao governo e um governo eleito de forma irresponsável usará essa força contra seu povo, a história já mostrou várias vezes - países vizinhos também.
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