Este artigo representa a nossa intenção de recuperar fatos ocorridos em certo período de nosso passado, através das fontes disponíveis. O ideal seria, com certeza, a consolidação de um texto que falasse de forma abrangente sobre o que aconteceu na cidade em 1970, mas nossa intenção é dupla: recordar a quem viveu a época e mostrar um pouco do que ocorreu para quem não viveu.
O “Diário do Rio Claro” tem destacado em algumas de suas edições fatos ocorridos em Cordeirópolis nesta época, e com isso conseguimos descobrir a existência de um Rotary Club que antecedeu ao atual, a autorização para o convênio com o Governo do Estado para a construção do Centro Comunitário na Rua Toledo Barros e o fim das obras da sede própria do então Ginásio Estadual de Cordeirópolis, atualmente EE Jamil Abrahão Saad.
Através da legislação municipal preservada pela Câmara de Cordeirópolis em seu site, podemos recordar alguns fatos relevantes na administração pública: logo em janeiro de 1970, estava sendo assinado um convênio para a elaboração de um plano de viabilidade que permitiria a construção de uma “estação de filtragem e tratamento de água”, chamada atualmente de ETA.
Outro fato de importância na área pública foi a criação do Setor Municipal de Alimentação Escolar, por exigência da legislação federal, que era vinculado à Campanha Nacional de Alimentação Escolar da região de Piracicaba, que recebeu subvenções municipais.
Naquele período de simplicidade e precariedade, destacam-se as doações, feitas pela então Secretaria Estadual de Cultura, Esportes e Turismo, de instrumentos para fanfarra, equipamentos para o Parque Infantil Municipal (onde está situada agora a sede da Guarda Civil Municipal) e um conjunto de luminárias e acessórios.
Tudo isso foi conseguido através da prefeitura, que também promoveu a substituição da iluminação pública existente. Também foi remodelada a iluminação pública da Praça Comendador Jamil Abrahão Saad, que levou este nome ainda neste ano, conforme apontamos em artigo anterior.
Destaca-se neste período a desapropriação de uma área para construção de um asilo. Como citamos em outros artigos, os recursos orçamentários reservados foram destinados para outras obras e a intenção não saiu do papel. A área está ocupada por particulares, mas pertence à Prefeitura, ao lado do Estádio Municipal Dr. Huberto Levy, o Campo do Juventus.
Curioso observar que naquele tempo a prefeitura subvencionava com recursos municipais entidades que não fazem parte do rol atual: são elas a ARIL (Associação de Reabilitação Infantil) e o Asilo João Kuhl Filho, de Limeira; a Santa Casa de Misericórdia de Rio Claro e o chamado “Sanatório” Antonio Luiz Sayão de Araras.
Também neste ano foi assinado convênio para a construção do “prédio novo” da Escola Estadual Coronel José Levy, onde atualmente são realizadas atividades voltadas ao ensino fundamental e médio, ao lado do prédio histórico e tombado – que ainda necessita de reforma.
A sede própria da atual Escola Jamil foi construída numa área onde não havia nenhuma ocupação urbana, no extremo da cidade na época. Prova disso que é neste ano, para permitir a inauguração e funcionamento do estabelecimento de ensino, a Prefeitura construiu guias e sarjetas e fez extensão de energia elétrica por conta própria na região do atual Jardim Jafet.
O esforço do Governo do Estado na implantação da sede própria do Ginásio Estadual foi reconhecido pela concessão do título de “Governador da Educação” ao Governador do Estado da época, Abreu Sodré, conforme lei aprovada neste ano. Não sabemos se ele foi entregue e como se realizaram as cerimônias, se é que houve.
Três fatos interessantes ainda se destacaram neste ano: a criação de um “Conselho Municipal de Planejamento Integrado”, cujo funcionamento é desconhecido, e cuja lei só foi revogada em 2011, com o atual Plano Diretor; a doação da Capela de São Benedito, situada na Vila Santo Antonio, para a Prefeitura, que posteriormente concedeu permissão de uso para a Diocese de Limeira e as obras do “porão” do prédio onde seria instalado o ambulatório médico do INPS. Provavelmente se trata do local onde está agora a sede da Secretaria de Cultura.
Conforme apontamos em nossa coluna ainda este mês, neste período Cordeirópolis passou a ter pela primeira vez sua população urbana maior do que a rural: dos 7.970 moradores em todo o território do Município, só havia 3.511 habitantes em sítios e fazendas.
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