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Rastros de Manoel Barbosa Guimarães, fundador de Cordeirópolis

14/09/2022 15:04:18
No mês de junho em que normalmente é comemorado mais um ano de existência da comunidade de Cordeirópolis, destacando os anos de sua autonomia, resolvemos recuperar algumas informações ou indícios sobre a trajetória de Manoel Barbosa Guimarães, fundador de Cordeirópolis. 

Conforme sempre dissemos, a origem da cidade está ligada ao início da construção da Igreja Matriz de Santo Antonio, em 9 de março de 1886, conforme registrado pela imprensa de São Paulo e do Rio. Antes que isto fosse conhecido, havia um documento importantíssimo, cujo paradeiro atualmente é ignorado: uma escritura particular de venda de uma área de terra pelo seu proprietário, Manoel Barbosa Guimarães, e sua mulher, datada de 30 de março de 1886.  
Quanto aos indícios de sua vida, não temos nenhum dado sobre seu falecimento e sua descendência, se houve, e isto só seria possível em pesquisas feitas em acervos “offline”, o que não é possível em virtude de nossos compromissos profissionais, que impedem a realização deste trabalho. 

No acervo da imprensa do século XIX, preservados em acervos públicos e particulares, vamos encontrar a primeira referência relevante: uma nota do jornal “A Província de São Paulo” de 7 de novembro de 1882, onde Manoel “tendo comprado (...) partes no sítio denominado Cordeiro, no município de São João do Rio Claro” que representava “mais da metade da herança de Brandina de Campos Ferraz”, protestava contra alienações de partes determinadas de uma área que estava dependendo de divisão judicial. 

Outro rastro deixado por Guimarães está no Almanach da Província de São Paulo para 1884, incluído no rol dos “proprietários” no Município de Limeira, junto dos herdeiros do Barão de Porto Feliz, José Levy & Simão e o Comendador José Vergueiro. Neste momento, os irmãos ainda não eram proprietários da Fazenda Ibicaba, mas o último. 

Em agosto de 1885, conforme nota do “Correio Paulistano”, aparece Manoel Barbosa Guimarães como “delegado de polícia há pouco nomeado”, cargo do qual pediu demissão no início de 1887, conforme nota do jornal “Correio Paulistano” de 5 de março daquele ano

O Almanach da Província de São Paulo para 1886 mostrava Manoel perfeitamente integrado nas elites locais, sendo 1º Vigilante de uma loja maçônica de Limeira, fundada em 1882, cujo Venerável era Antonio Augusto Botelho, tabelião de notas na cidade. Não podemos esquecer que, quando era Delegado de Polícia em Limeira, Manoel realizou o loteamento da área de sua propriedade, que originou a Capela de Santo Antonio dos Cordeiros, origem da cidade. 
No ano seguinte, Manoel Barbosa Guimarães é citado em uma nota, onde se indicava que o “inspetor do bairro de Cordeiros”, pertencente naquela época ao município de Rio Claro, informou à polícia que um menor teria lançado fogo a umas “capoeiras” de sua propriedade, causando prejuízo a ele e aos vizinhos. Apesar de ter feito o “loteamento” inicial da cidade, Guimarães ainda era proprietário na região.
 
A última referência a ele é um anúncio na edição de 13 de fevereiro de 1891, onde Guimarães aparece como intermediário do proprietário de um sítio distante 3 quilômetros da povoação de Cordeiro, com 9 mil pés de café, produzindo doze pipas de vinho por ano, casa, serraria a vapor com moenda e alambique, quatro casas para colonos, dois monjolos (...) um paiol e uma estrebaria, além de pomar de frutas e chiqueiro, dentro de uma área de 95 alqueires, sendo 30 de pasto, situada à margem da ferrovia, entre Rio Claro e Cordeiro. 

O motivo da venda seria “o proprietário ter de se retirar para a Europa”, mas o que verificamos é que a área, chamada “S. Joaquim dos Cordeiros”, na verdade estava em disputa judicial desde 1887, e que só teve seu desfecho em 1902, com a arrematação por parte da firma Joaquim Pereira & Cia. Ltda. O perfeito esclarecimento da situação só se daria com uma pesquisa em fontes primárias, especialmente processos manuscritos do século XIX que estão em Rio Claro, a qual não podemos realizar por falta de condições.
 Revivendo História - Portal Cordero Virtual
Revivendo História
Por: Paulo César Tamiazo - Historiador - MTE nº 713/SP
Revivendo a Historia publica artigos periódicos sobre os mais variados temas da História de Cordeirópolis - https://orcid.org/0000-0003-2632-6546
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