Atualmente, com a velocidade e o imediatismo das comunicações, especialmente na área da telefonia móvel, o uso do telefone fixo está cada vez menor, não só pela estrutura tarifária como pela sua própria natureza. Mas houve um tempo em que muito poucas pessoas tinham telefones fixos e uma ligação para São Paulo chegava a demorar quatro horas.
Sistema automático é o que temos agora, em que com a discagem de certos números relacionados a uma área geográfica específica, além de outro ligado a uma cidade, temos acesso direto à pessoa com quem queremos falar. Até 1980, as chamadas eram solicitadas à telefonista que, quando completadas manualmente, retornava ao chamador para que pudesse continuar a conversa.
A primeira referência encontrada, há quase cem anos, é a venda de um centro telefônico, em 1923, instalado em um prédio alugado à Rua Toledo Barros nº 15 (numeração antiga), ao Capitão Joaquim Manoel Pereira, composto de uma mesa Ericsson para 50 assinantes, além de quadro de distribuição, bobina de tradução, linhas, postes e aparelhos telefônicos, especialmente duas linhas e postes que vinham de Limeira a Cordeiro.
Segundo o documento, o centro tinha “tráfego mútuo” com a Rede Telephonica Bragantina, fundada em 1896 na cidade de Bragança Paulista, que estendeu a sua rede através do interior do Estado e parte de Minas Gerais, sendo adquirida em 1916 pela empresa Rio de Janeiro and São Paulo TelephoneCompany, e servia a mais de cem municípios do Estado de São Paulo e vários locais de Minas e do Rio de Janeiro. Em dezembro de 1917, as concessões dadas à Bragantina desde 1903 foram unificadas, com prazo de concessão em 25 anos.
Na década de 1930 foi constituída a “Associação Telefônica de Limeira – Sociedade Cooperativa”, que funcionou legalmente até 1956 e foi sucedida pela Telefônica de Limeira, que também atendia Cordeirópolis e foi encampada pela TELESP – Telecomunicações de São Paulo em 1º de setembro de 1976.
Ainda assim, demorariam alguns anos para que os moradores de Cordeirópolis tivessem telefones automáticos. Em fevereiro de 1978, o “Jornal de Cordeirópolis” informava que a Telesp estava tomando providências para a construção de uma nova central telefônica, o prédio menor que está na Rua Guilherme Krauter, próximo à Rodoviária. Em junho, foi anunciado pela imprensa o início da implantação da “telefonia rural automática”, através de parceria entre a Prefeitura Municipal e a “Cooperativa Rural de Telecomunicações da Região Paulista Ltda.” Os telefones neste caso seriam totalmente automatizados, além de 80% financiados pelo antigo BADESP – Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo.
Através da Lei nº 1099, de 18 de agosto de 1978, a Prefeitura de Cordeirópolis ficava autorizada a celebrar com a TELESP contrato para a execução do serviço telefônico do município, mediante remuneração mensal a ser fixada entre as partes, reajustada anualmente através de índices fixados pela FGV.
As medidas por parte da TELESP percorreram todo o ano de 1979. De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, em edição de 3 de fevereiro de 1980, reportagem informava sobre a breve “despedida” dos telefones manuais. De acordo com a reportagem, a instalação desta nova central permitiria a “duplicação do número de aparelhos” existentes.
Os telefones passaram a funcionar a partir de 14 de fevereiro de 1980, substituindo os antigos aparelhos pretos e criando o prefixo “46”, além do DDD 0195, iniciando-se as primeiras linhas com o acréscimo do nº 1 aos dígitos clássicos. Posteriormente, o prefixo foi alterado para 546 e atualmente 3546, sendo que recentemente foram criados alguns telefones com início 3556. Uma nova central telefônica foi construída durante a década de 1980, com capacidade nominal de 10 mil linhas. A Telesp, após privatizada, se tornou a Telefónica, que agora se chama Vivo.
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