Se por um lado o avanço da tecnologia facilita uma série de atividades financeiras como, por exemplo, a transferência por Pix, por outro lado, possibilitou a criação de golpes cada vez mais sofisticados que se beneficiam desse grande volume de transações financeiras digitais. Números estimados pelo Datafolha em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública ilustram bem isso.
No Brasil, acontecem cerca de 4600 tentativas de golpe por hora via aplicativos de mensagem e também via ligação telefônica. Na sua maioria, são criminosos que utilizam a figura de um funcionário de banco para ludibriar e aplicar golpes. Golpes em compras também são comuns, somando cerca de 2500 casos por hora de pessoas que compram produtos pela internet, mas que nunca chegam a recebê-los.
Por essa razão, é importante se atentar às características mais comuns e recorrentes destes e de outros golpes. Entre eles, destacam-se fraudes como a do falso boleto, o phishing e fraudes via PIX. É o que aponta outro estudo, desta vez do Serasa Experian, que levantou que 50,7% dos brasileiros foram vítimas de algum golpe em 2024. Um reflexo disso, por exemplo, é que a perspectiva de segurança do PIX, caiu de 32% para 22% nos últimos dois anos.
Os golpes mais famosos e como evitá-los
O golpe do PIX, onde o golpista se passa por um familiar para conseguir dinheiro, é bastante recorrente. Para não cair no golpe, é importante checar se realmente se trata da pessoa, perguntando coisas pessoais — algo que um golpista jamais saberia. No mais, evite realizar transações para números desconhecidos.
O golpe do boleto é mais sutil, já que criminosos alteram os dados de quem vai receber para suas próprias contas. Por isso, confira se os dados do beneficiário correspondem ao destinatário correto e evite pagar de boletos recebidos por e-mail ou aplicativo de mensagem. Uma dica é sempre olhar o nome do destinatário quando se paga através dos aplicativos de banco.
Já o golpe da falsa instituição financeira é bem pouco sutil, mas faz muitas vítimas. O golpista entra em contato solicitando informações pessoais como CPF, datas de aniversário, nome dos pais e até mesmo a senha do banco. Com a posse desses dados conseguem fazer compras, acessar contas e até mesmo fazer empréstimos no nome da vítima. Por isso, jamais informe estes dados por telefone ou mensagem, uma vez que bancos nunca pedem senhas.
Comprar pela internet também tem seus riscos. Falsos vendedores anunciam produtos e, após o pagamento, desaparecem e nunca enviam o que anunciaram. Por isso, evite comprar de desconhecidos e em grupos de aplicativo de mensagens. Prefira comprar em lugares sérios e que preferencialmente utilizam plataformas que fazem o intermédio dessas transações.
Protegendo-se dos golpistas
No mais, é importante se proteger de todas as maneiras possíveis. Sempre que for fazer compras com o cartão utilize o cartão virtual; nunca forneça senhas e tokens; utilize senhas fortes, com caracteres especiais; caso receba um pedido de dinheiro, ligue para a pessoa, faça videochamada se for o caso e confirma a necessidade do envio de dinheiro, e sempre desconfie do que for muito fácil.
De preferência, procure sempre instituições com soluções
antifraude para total proteção. Contudo, se o golpe se efetivou, não hesite em registrar um boletim de ocorrência. O PIX, por exemplo, possui mecanismo para facilitar a devolução do valor em caso de fraude, o Mecanismo Especial de Devolução. Mas precisa de comprovações e o B.O. faz parte disso, além de prints de telas. No mais, a prevenção é sempre melhor.