Há 19 anos, em 2 de junho de 1995, Limeira foi pioneira ao conceder os serviços de água e esgoto à iniciativa privada, à Organização Odebrecht. O pioneirismo projetou a cidade em lugar de destaque nacional quando o assunto é saneamento básico, reunindo prêmios e certificações nesse segmento. Atualmente toda a população da área urbana tem acesso à água de qualidade e esgoto coletado e tratado, realidade ainda pouco comum no Brasil.
Entre os inúmeros desafios do início da concessão, as prioridades eram melhorar a qualidade e a regularidade da distribuição de água e implantar o serviço de esgotamento sanitário, despoluindo os córregos e ribeirões da cidade, que até então recebiam esgoto in natura, serviços que têm reflexo direto na saúde pública. Para chegar à totalidade do atendimento a concessionária Odebrecht Ambiental, responsável pelos serviços de água e esgoto do município, investiu cerca de R$ 234 milhões entre 1995 e 2013. Outros R$ 248 milhões estão previstos até o final do contrato, em 2039, e serão direcionados em obras e serviços para atender o crescimento da demanda do município, modernizar o sistema e garantir que o saneamento da cidade continue universalizado.
Entre os investimentos em andamento está a ampliação e modernização de duas importantes estações de tratamento, uma de água e outra de esgoto. A Estação de Tratamento de Água (ETA) que fica às margens da Rodovia Anhanguera terá sua capacidade ampliada de 930 para 1.200 litros por segundo, além da implantação de novas tecnologias. A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Tatu também terá sua capacidade ampliada e contará com a instalação de novos processos que irão melhorar a eficiência e a flexibilidade operacional da estação.
De 2% para 100% de esgoto tratado
Em 1995, apenas 2% dos esgotos da cidade passavam por tratamento, o restante era depositado in natura nos corpos d´água, que apresentavam grande carga de poluição. Para resolver esse problema a concessionária Odebrecht Ambiental, na época com nome Águas de Limeira, desenvolveu um programa de despoluição das bacias hidrográficas, um planejamento de longo prazo com previsão de obras e investimentos necessários para a implantação do esgotamento sanitário do município.
O planejamento incluía a implantação de novas estações elevatórias de esgoto que saltou de duas para 14 unidades, além da construção de uma nova Estação de Tratamento de Esgoto, a ETE Água da Serra, que entrou em operação em 2010, responsável por tratar o esgoto de 15% da população da cidade, composta pela região do Jd. Nossa Senhora das Dores.
Para conduzir o esgoto de todos os bairros às Estações de Tratamento foram implantados desde o início da concessão mais de 350 quilômetros de redes coletoras, emissários e interceptores. Atualmente a cidade conta com 988 quilômetros de redes de esgoto. As duas últimas obras realizadas com esse fim foram concluídas em 2011, com a implantação de interceptores na área central, nas proximidades do Mercado Modelo e da Avenida Campinas. Com a conclusão desse serviço, Limeira conquistou a universalização do saneamento e deixou de lançar esgoto in natura nos córregos e ribeirões.
Outra conquista da cidade foi a revitalização do Ribeirão Tatu, que passou por desassoreamento, limpeza, plantio de mudas e implantação de pista de caminhada e hoje recebe diversos moradores para a prática de atividade física e de lazer.
Melhorias na qualidade e regularidade da água
Até 1995, Limeira sofria com frequente falta de água nas torneiras. A cidade tinha uma boa cobertura de redes, porém pecava na regularidade do abastecimento. Isso acontecia, em parte, porque a reserva de água tratada era baixa e na ocorrência de algum problema o primeiro impacto era a falta de água.
Com os investimentos da concessionária a reserva de água tratada passou de 27 milhões para 52 milhões de litros, com a construção de seis novos reservatórios. Foram implantados 22 quilômetros de adutoras de água tratada, 371 quilômetros de redes e 3 quilômetros de adutora de água bruta, além da modernização de todo o parque tecnológico e da implementação de sistema de telecontrole.
Outro problema que a cidade enfrentava era o alto índice de perdas de água no sistema de distribuição, reduzido de mais de 45% para cerca de 15%. Uma importante ação para reduzir essa perda foi a implantação da macromedição. Ao longo dos anos a cidade foi dividida em 57 regiões e em cada uma possui um macromedidor que contabiliza quanto de água é distribuída nessa área. Esse número é comparado com os micromedidores, que são os hidrômetros dos imóveis, e caso haja diferença entre eles significa que existe perda de água. Com a macromedição é possível identificar a região onde a perda acontece e, com isso, agilizar a atuação e o resultado. Com essa gestão Limeira é hoje referência no país quando se trata de perdas hídricas, com índices comparados a países de primeiro mundo.
Para o diretor de concessão da Odebrecht Ambiental, Tadeu Ramos, o bom resultado de Limeira nos serviços de água e esgoto contribui para as questões de saúde pública, de acessibilidade da população em serviços básicos e essenciais, mas também para o desenvolvimento econômico da cidade. “Se hoje Limeira vive essa realidade no abastecimento de água e esgotamento sanitário é porque se pensou e planejou isso antes. O resultado em saneamento é gradativo e deve ser planejado com antecedência, em parceria com a Prefeitura, para se chegar às metas que a cidade almeja”, comemora o diretor.
Ramos reforça que uma das características da concessionária quando inicia a operação em uma cidade é manter os integrantes que trabalhavam na antiga autarquia. Esse foi o caso da Odebrecht Ambiental que em 1995 contratou 180 profissionais que trabalhavam no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Muitos dos funcionários daquela época se aposentaram ou seguiram outro rumo em suas carreiras profissionais nesses 19 anos. 28 ainda trabalham na concessionária de Limeira e quatro foram transferidos para outras unidades da organização, levando a experiência do município a outras regiões do país.