Esse tema espinhoso tem dominado as discussões em redes sociais depois do episódio (parafraseando Sérgio Moro) bizarro, acontecido com o Ministro da Cultura.
Parece que, na onda de que tudo que é ruim no mundo é da direita, pessoas da esquerda tupiniquim tentam impor que qualquer pessoa com um mínimo de formação tem a obrigação de aceitar que o nazismo era capitalista.
Claro que essa afirmação, que é aceita e propagada cegamento por intelectuais de esquerda, não sobrevive ao mínimo teste de lógica.
Na Alemanha, os primeiros defensores do “socialismo de estado” apareceram um pouco antes de Marx. Rodbertus foi o primeiro estudioso socialista que defendeu o controle de produção e de distribuição pelo Estado e foi seguido por Ferdinand Lassalle, cuja capacidade argumentativa rapidamente tornou essa ideia bastante popular na Alemanha.
O socialismo Alemão possuía uma característica bastante interessante: O empreendedorismo não era totalmente regulado, a produção não era totalmente controlada e mantinham, ao menos aparentemente, a propriedade privada e as transações de mercado.
Porém, isso era apenas superficial, pois através de um intrincado sistema de intervenção, os produtores não podiam antecipar a demanda e otimizar os lucros, sendo essa atividade especulativa exclusiva do Estado Alemão.
Os Nazistas controlavam os preços, os salários e alocavam a produção. Apesar da propriedade dos meios produtivos estarem nas mãos da iniciativa privada, quem decidia qual produto, a quantidade, o preço e os salários era o Estado Alemão.
Os primeiros a rotular os Nazistas de capitalistas foram os soviéticos socialistas, pois eles não conseguiam entender o sistema implantado na Alemanha, que mudava a metodologia apontada por Marx. Os Alemães começaram a diferenciar na prática o socialismo do comunismo, termos que eram, e até hoje as vezes são, usados de forma intercambiável.
A União Soviética era puramente socialista, seguindo a fórmula de Marx passo a passo. Mas os Nazistas, que ainda tinham em mãos uma Alemanha com muita desigualdade social, deveriam, mesmo que superficialmente, manter algumas aparências capitalistas, como a propriedade privada.
Diante da dificuldade dos Soviéticos em entender o moderno sistema socialista Alemão, tão logo a Alemanha invadiu a União Soviética, Stálin e seus súditos começaram a divulgar a narrativa da Alemanha como um Estado Capitalista.
Naquela época, assim como hoje no Brasil, a narrativa de que a os Nazistas eram capitalistas não passa de uma falácia conveniente, que não sobrevive a uma análise econômica minimamente honesta.
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